Doenças e Sintomas

ESCOLIOSE E CIFOSE DE SCHEUERMANN

Deformidades na coluna (escoliose e acentuação da cifose torácica): imagens do período pré-histórico já evidenciavam indivíduos com deformidades e, a descrição inicial de escoliose data do primeiro século antes de Cristo, por Hippocrates. Nesta época, o mesmo desenvolveu um aparato que realizava um “esticamento” do indivíduo. Uso o termo esticamento pois não possuímos em português a tradução exata para distraction do inglês. Assim as tão famosas trações utilizadas por alguns fisioterapeutas, já são bem antigas. Apesar de ser identificada como algo não natural por Hippocrates, o termo ESCOLIOSE foi descrito por Claudius Galenus no seundo século depois de Cristo (assim como Cifose e Lordose). Também deu início ao uso de estruturas com características de Colete.

Porém, a evolução no estudo e tratamento destas deformidades tornou-se estanque, nos séculos das Trevas (500 A.C-1000 D.C). Assim, os mais desafortunados, com deformidades mais proeminentes, eram vistos como hereges pois, com certeza tratava-se de um castigo divino. O tratamento era o mesmo oferecido aos criminosos, ou seja, usem vossa imaginação...

Assim como nas propostas filosóficas de Lao Tsé, quando uma situação alcança o zênite, logo será seguida de sua contraparte (assim como os ciclos inquestionáveis da natureza – dia e noite). Desta forma, no meio do século 16, na França, Ambroise Paré descreveu pela primeira vez a escoliose congênita e, descobriu que a compressão da medula causava a para ou tetraplegia. Observou pacientes durante 30 anos, tendo oportunidade de avaliar de forma clara a progressão da deformidade em muitos casos. Em 1564, desenvolveu um colete feito de metal com interior de couro o qual deveria ser ajustado a cada 3 meses.

Os primeiros relatos de tentativas cirúrgicas de corrigir a escolise datam do século 19. Delpech e Guerin realizaram muitas tenotomias (CORTES DE TENDÕES MUSCULARES). Guerin realizou 740 casos, tendo 18 óbitos. As brigas e discussões sobre técnicas cirúrgicas não são atuais, logo após a publicação de Guerin, Malgaigne escreveu um editorial que chamava-se a ilusão ortopédica e, obviamente, levou um processo de seu colega. Porém, para o bem da medicina baseada em evidências, Malgaigne provou que a técnica não era adequada. Duas máximas são de sua autoria e referem-se ao trabalho de Guerin : 1- É importante saber o que fazer porém, não é menos importante do que saber o que não fazer; 2- O trabalho do Dr X contém muitas coisas, ambas novas e boas. Infelizmente, as coisas boas não são novas e as novas não são boas. Este último comentário foi publicado no Gazette Medical de Paris.

Bom, por enquanto chega de história, vamos voltar para a atualidade.

Para uma adequada avaliação da escoliose, deve-se realizar um exame de Rx panorâmico com incidências em póstero-anterior, lateral e dinâmicos. Sendo os dois primeiros com o paciente em pé. Deve-se avaliar também a crista ilíaca, que é a porção superior do osso ilíaco. Está nos oferece uma ideia, através de seus pontos de ossificação, a capacidade de crescimento do indivíduo e, de evolução da escoliose ou da cifose. Classifica-se estas ossificações como graus de Risser (0 a 5). 

Obtendo-se o Rx em PA, observa-se a curvatura e, de acordo com a curvatura, realiza-se uma medida, obtendo-se um ângulo, denominado ângulo de Cobb. Este ângulo é um dos fatores determinantes do tratamento.

  • Ângulo de Cobb < 20 ° Risser 0 a 2 (imaturidade óssea) – Observação 
  • Ângulo de Cobb 25 a 30 ° Risser 0 a 2 , ou 5 graus de progressão no Rx – Colete 
  • Ângulo de Cobb 30 a 40 ° - colete ou cirurgia se houver progressão. 
  • Ângulo de Cobb 40 a 50 ° e Risser 0 a 3 ou progressão da curva > 40 ° mesmo usando colete – Cirurgia 

De forma sincera, posso dizer que possuímos bastante experiência com deformidades avançadas (escolioses severas) Isto, acredito eu, decorra do fato da decisão de realizar o tratamento ter ocorrido de forma tardia, com a maturidade óssea . São escolioses com curvaturas acentuadas e extremamente rígidas, fazendo com que a cirurgia seja muito mais complicada. Assim, sugerimos fortemente que passando-se dos 50 graus, é melhor operar antes da maturidade óssea, pois é muito mais seguro.

  • Sempre usamos monitorização eletrofisiológica, aumenta-se a segurança da cirurgia de forma considerável;
  • Sempre um anestesista experiente e tecnicamente muito bom;
  • Técnica cirúrgica meticulosa e elegante;
  • Conhecimento absoluto da anatomia distorcida da escoliose;
  • SEMPRE oferecemos o melhor da equipe na cirurgia.