Doenças e Sintomas

Espondilolisteses ou Escorregamentos Entre as Vértebras

Espondilolistese: Espondilolistese, do grego spondilos, vértebra, e olisthesis, luxação, é o escorregamento ou a luxação de um corpo vertebral sobre o outro. Basicamente, 5% da população mundial possuem tal condição. Felizmente a grande maioria não apresenta sintomas (assintomáticos). Quando o quadro clínico torna-se evidente, quando a dor torna-se contínua e de difícil tratamento, a mesma apresenta-se da seguinte maneira:

  • Dor lombar, principalmente aos movimentos, evidenciando-se INSTABILIDADE.
  • Dor irradiada para os membros inferiores. Na área de inervação do quinto nervo lombar (termo técnico é dermátomo).

Este escorregamento pode ser discreto ou avançado. A depender da degeneração do disco, a raíz torna-se comprimida (apertada) e os sintomas surgem. A cirurgia só está indicada após uma série de tentativas não invasivas para controle da dor.

Em espondilolisteses, irei expor algumas considerações. São bastante técnicas, portanto, ao leitor que tenha no momento interesse sobre estes detalhes, sugiro que siga adiante.

Estou baseando-me no paciente com listese de grau 2 ou mais, e, para aquele que possuem um escorregamento grau 1 com o espaço discal bem diminuído.

Algumas considerações devem ser feitas neste momento. Realizar de um lado uma dissecção muscular e introduzir um dispositivo no lugar do disco associado aos parafusos percutâneos só funcionará se for totalmente retirada a cartilagem discal. Caso contrário, a FUSÃO óssea não ocorrer. Caso este cuidado técnico não seja levado em consideração, existirá dispositivo interssomático (cage) no meio de cartilagem com parafusos colocados pela pele. Vai dar problema. Não vai realizar fusão óssea. E irá acontecer uma coisa chamada PSEUDOARTROSE. Este nome significa : osso que não fez fusão, parafuso entrou em falência e, em muitos casos o problema piora e a dor retorna. A técnica minimamente invasiva deve ser tentada toda vez que possível, porém as leis da biomecânica e as características biológicas e mecânicas da fusão óssea devem ser levadas em consideração para que a técnica obtenha o resultado desejado.

Em alguns casos, a abertura NECESSITA possuir o tamanho suficiente para que o cirurgião consiga descomprimir de forma adequada as raízes (nervos), realizar a passagem dos parafusos, retirar toda cartilagem associada (discal e interfacetária), usar o dispositivo interssomático de forma adequada e segura, usar osso suficiente para não gerar a PSEUDOARTROSE e, dentro do possível reverter a deformidade. Quando digo tamanho suficiente não significa enorme, mas que possua um tamanho mínimo que permita segurança e resultado adequado.

Caso não existe algum tipo de osso ou substituto ósseo adequado e situação biomecânica favorável, não existirá fusão óssea. Ao final de uma cirurgia de coluna, uma corrida inicia-se; entre a falência do implante (parafusos) e a adequação da artrodese (fusão do osso que usamos com o osso do paciente ou substitutos ósseos). Portanto, é extremamente importante a preparação adequada do leito ósseo para uma artrodese efetiva.