Doenças e Sintomas

PLAGIOCEFALIA

Trata-se de deformidade craniana usada para descrever algumas entidades distintas. Neste texto nos ateremos à PLAGIOCEFALIA DEFORMACIONAL OU POSICIONAL ou seja, não trata-se de uma craniossinostose ou cranioestenose. O termo Plagio, significa oblíquo.

Após uma campanha da Academia Americana de Pediatria para prevenção da morte súbita do lactente, a incidência da Plagiocefalia Posicional elevou-se em 600 %. A nota oficial da campanha foi liberada em Abril de 1992. Vamos tornar mais claro. A síndrome da morte súbita do lactente está associada à posição de decúbito ventral ao dormir (dormir de barriga para baixo), assim, reconhecendo a causa desta devastadora entidade, a correção foi orientar os pais a posicionarem seus filhos a serem realocados no berço de barriga para cima (decúbito dorsal.

O crânio do recém-nascido possui entre os ossos, estruturas que permitem o crescimento do mesmo, as quais são denominadas de suturas. Possuímos suturas Sagitais, Coronais, Metópicas, Lambidóides e Escamosas. Possuímos ainda a fontanela anterior e a fontanela posterior. O crânio do recém-nascido cresce 90% do seu tamanho total dentro do primeiro ano de idade, 96% até o sexto ano e praticamente, aos 7 anos, já está totalmente desenvolvido.

Quem permite o crescimento do crânio é o crescimento do cérebro, assim, se existe alguma doença que não permite que o cérebro cresça, o crânio não irá crescer e suas suturas irão fundir-se precocemente.

Bom, vamos voltar ao tema, ao manter-se a criança de barriga para cima de forma mantida, habitualmente, ela escolhe uma posição para virar o pescoço e, assim, comprime o osso occipital na sutura lambdoide, realizando um achatamento no mesmo. E através de forças gravitacionais mantidas, a região frontal contralateral achata-se e a região frontal do mesmo lado da occipital achatada protrai-se. Isto interfere na mandíbula, orelhas e órbitas. A orelha do lado afetado é direcionada anteriormente.

Existe uma tendência natural da criança manter a rotação da cabeça para o lado do achatamento, assim, quanto mais proeminente a deformidade, mais a criança manter-se-á virada para o lado com a deformação posicional do osso occipital.

Diagnóstico precoce: avaliação adequada do pediatra e referência para neurocirurgião.

Tratamento do torcicolo espasmódico – Fisioterapia e treinamento dos familiares com técnicas simples em consultório que podem auxiliar no tratamento fisioterápico,Coxins que não envolvam a cabeça da criança que apoiem o dorso sob observação direta. Com apoio da área protuberante da cabeça no solo. Pode-se usar um segundo coxim no abdome para que a criança não vire para frente.

É sugerido que a criança realize sob supervisão uma tarefa denominada Tummy time, na qual os pais seguram as crianças entre as pernas e ela permanece de barriga para baixo. Deve ser incentivada a rodar a cabeça para o lado contralateral ao achatamento (por exemplo: no achatamento occipital a direita deve-se virar a cabeça para esquerda). Esta postura também auxilia no desenvolvimento físico da criança.

Coloque o berço da criança direcionado em uma posição que induza a criança a virar a cabeça para o lado que não está comprometido (o lado que não possui o achatamento). Por exemplo, se o achatamento posterior está à direita, faça com que o berço fique direcionado para algo que chame a atenção da criança do lado esquerdo (brinquedos, a porta do quarto ou qualquer objeto que atraia o interesse do bebê).

Em casos de mais difícil controle pode-se utilizar órteses desenvolvidas e customizadas que possuem o intuito de colocar pressão na área saliente e aliviar a área achatada, fazendo com que o crescimento do crânio ocorra de forma mais harmônica.