Metástases vertebrais
Vamos basear nosso texto, principalmente nas metástases vertebrais. Sendo estas as mais comuns lesões neoplásicas no comprometimento da coluna vertebral. Em 1829 o termo metástase foi designado por Recamier como uma deposição à distância de um tumor primário. Os locais mais comuns de metástase são o fígado e o pulmão, seguidos pelos ossos.
A coluna é o sítio esquelético mais comum das metástases, sendo o principal local a coluna lombar. As lesões metastáticas da coluna vertebral estão localizadas no corpo vertebral em 85% dos casos. Metástases na coluna são encontradas em mais de 40% dos pacientes durante o período que possuem o câncer; metade destes pacientes necessitarão de algum tipo de tratamento e 10% de tratamento cirúrgico.
Os tipos histológicos mais comuns a gerarem metástases para coluna são o câncer de mama, próstata e pulmão. A maioria das metástases são diagnosticadas seguindo-se o diagnóstico do sítio primário do câncer. Cerca de 10 % das metástases na coluna serão a primeira manifestação de um tumor primário de origem desconhecida.
A compressão da medula espinal é encontrada em 20% dos pacientes com metástases ósseas. Aproximadamente 95% dos pacientes com metástases espinais, demostrarão evidencias de comprometimento epidural. Significa que a lesão alcançou o espaço contido entre o osso da vértebra e a dura máter (membrana que envolve a medula), gerando compressão da medula (não é medula óssea, é a medula espinhal).
As metástases sintomáticas são mais frequentes na coluna dorsal ou torácica (entre a primeira vértebra e a décima segunda vértebra torácica), seguidas pela coluna cervical e coluna lombar. O grande número de metástases, e de metástases sintomáticas na coluna torácica são decorrentes do grande número de vértebras nesta região (doze) e ao pequeno espaço entre o osso e a medula (na região torácica o diâmetro do canal vertebral é menor, proporcionando maior chance de casos sintomáticos em vigência de metástases).
O manejo clínico dos pacientes portadores de metástases na coluna, idealmente necessitam de um grupo multidisciplinar de profissionais, composto por oncologistas, radio terapeutas e cirurgiões de coluna e, fisioterapeutas, fonoaudiologistas , terapeutas ocupacionais e psicólogos.
O prognóstico (resultado final), dependem do tipo histológico do tumor primário (que gerou a metástase), o estado da doença (se leve ou avançado) e das comorbidades dos pacientes (se existem outras doenças envolvidas, idade e etc...). Com a introdução de imuno e bilogógico terapias para tumores, tais como o carcinoma de céluas renais e o melanoma, a sobrevida média dos pacientes aumentou, fazendo com que o tratamento das metástases na coluna necessitasse de opções mais eficazes.
Quando consideramos a expectativa de vida de um determinado paciente levamos em consideração algumas propostas de resultado final antes de indicar o tratamento